Quando a Mulher e a Criança Se Encontram
- Fernanda Visciani
- 22 de set.
- 3 min de leitura
Como a menina que você foi ainda influencia a mulher que você é
Por Fernanda Visciani @fernandavisciani

Nos artigos anteriores falamos sobre a importância de reconhecer a criança interior e como esse olhar pode transformar a vida adulta.
Hoje, vamos dar um passo além: refletir sobre o encontro entre a mulher adulta e a sua criança interior - um encontro que pode ser tanto desafiador quanto libertador.
Esse momento não acontece de forma mágica, mas através de pequenos gestos de consciência no cotidiano.
É quando a mulher percebe que muitas das suas reações, ansiedades e dificuldades não são fruto apenas do presente, mas de experiências guardadas desde a infância.
O Encontro no Dia a Dia
Esse encontro se revela em situações simples, mas carregadas de significado:
Quando a mulher se sente insegura em uma reunião de trabalho, e percebe que não é a profissional que duvida de si, mas a menininha que um dia ouviu que “não era capaz”.
Quando sente raiva exagerada de uma crítica, e descobre que, por trás disso, está a dor da criança que não foi validada.
Ou ainda quando evita pedir ajuda, porque sua criança precisou ser forte e independente cedo demais.
Reconhecer essas dinâmicas é o início da integração. A mulher adulta pode acolher essa criança, dizer a ela que agora existe alguém capaz de protegê-la e conduzir a vida de forma mais leve.
A Cura que Surge do Encontro
Esse diálogo interno não é apenas simbólico; ele tem impactos reais na saúde emocional e até física. Pesquisas em psicologia e psicoterapia apontam que a reconexão com experiências infantis contribui para a regulação emocional, reduzindo sintomas de ansiedade, depressão e compulsões (Young, Klosko & Weishaar, 2008).
Além disso, a Psicologia Positiva destaca que cultivar qualidades da criança - como espontaneidade, curiosidade e capacidade de brincar - fortalece a resiliência e a satisfação com a vida (Seligman, 2011).
Como Cultivar esse Encontro
Algumas práticas simples podem ajudar a mulher a se reconectar com sua criança interior no cotidiano:
Escuta silenciosa: reservar alguns minutos por dia para perceber emoções que surgem, sem julgá-las.
Escrita no diário emocional: escrever como a criança se sente em determinada situação e responder a ela como adulta.
Atos de cuidado: permitir-se brincar com os filhos, dançar sem motivo, rir alto ou desenhar sem preocupação com o resultado.
Autocompaixão: em momentos de falha ou cobrança, falar consigo mesma como falaria com uma filha amada.
Essas práticas não anulam a dor vivida na infância, mas transformam a relação da mulher com ela. O encontro não significa voltar a ser criança, mas integrar a força da adulta com a pureza e autenticidade da criança.
Conclusão
Quando a mulher e a criança se encontram, nasce uma nova forma de viver: mais inteira, mais livre e mais conectada com a essência da vida. É um reencontro de amor, que liberta a mulher do peso de carregar sozinha suas dores e permite que ela floresça em sua verdadeira potência.
Afinal, a criança interior não pede para ser apagada, mas para ser vista, ouvida e amada pela mulher que você se tornou.
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Referências
SELIGMAN, M. E. P. Flourish: uma nova compreensão da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
YOUNG, J. E.; KLOSKO, J. S.; WEISHAAR, M. E. Terapia do Esquema: guia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras. Porto Alegre: Artmed, 2008.
WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
GIMENEZ, M. G. A criança interior na psicoterapia: abordagens e práticas. São Paulo: Vetor, 2016.



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