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O eco da autocrítica: quando a voz dos pais habita o mundo interno

  • Foto do escritor: Fernanda Visciani
    Fernanda Visciani
  • 3 de nov.
  • 3 min de leitura

Fernanda Visciani @fernandavisciani



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Há uma voz que nos acompanha em silêncio, uma voz que comenta nossos gestos, avalia nossas escolhas e mede o nosso valor diante do mundo. Às vezes ela é sutil, outras vezes cruel. É a voz da autocrítica. E o que poucos percebem é que ela quase nunca nasceu em nós.



A origem do eco


Desde pequenas, aprendemos o que é amor e pertencimento através dos olhos de quem nos criou. Quando esses olhos se enchiam de aprovação ao fazermos algo “certo”, mas se fechavam diante do erro, a criança em nós gravou uma lição silenciosa: “Só serei amada se eu acertar.” Essa crença se torna a semente da autocrítica.


O psicólogo Donald Winnicott (1975) dizia que a criança precisa ser “suficientemente boa”, e não perfeita, para se desenvolver de modo saudável. No entanto, em muitos lares, o afeto vinha condicionado ao desempenho. Com isso, a criança criou um mecanismo de autoproteção: ser dura consigo mesma, para evitar ser ferida novamente.


Bert Hellinger, o pai Constelação Familiar, nos lembra que carregamos dentro de nós os pais, com suas vozes, dores e histórias. Assim, quando o adulto se cobra sem piedade, muitas vezes é o filho tentando ser digno do amor que um dia pareceu depender de sua perfeição.



O medo disfarçado de exigência


Por trás da autocrítica há medo. Medo de errar, de decepcionar, de ser excluída. O perfeccionismo, então, surge como um escudo: quanto mais medo do erro, mais tentamos controlá-lo com exigência. Mas quanto mais exigentes, mais paralisadas ficamos.


O corpo denuncia o que a mente tenta esconder - músculos tensos, respiração curta, culpa por descansar. Como ensina Brené Brown (2019), o perfeccionismo não é uma busca saudável pela excelência, mas uma tentativa de evitar vergonha e rejeição. Ele nos mantém presas num ciclo onde nada é suficiente - nem o que fazemos, nem quem somos.



A constelação por trás da autocrítica


Na visão sistêmica, a autocrítica é um eco transgeracional. Talvez essa voz venha de uma mãe que nunca pôde errar, de um pai que precisou ser forte demais, de avós que viveram tempos em que falhar custava caro.


Quando dizemos a nós mesmas “você devia ter feito melhor”, é possível que estejamos apenas repetindo o destino de quem veio antes.


Em uma constelação familiar, esse movimento pode ser visto com clareza: a mulher adulta que se cobra é, muitas vezes, a menina que ainda busca ser vista pelos pais.


E a cura começa quando ela olha para essa criança e diz, com ternura: “Eu te vejo. Está tudo bem errar. Eu te amo mesmo assim.”



O caminho da reconciliação interna


Reconhecer a autocrítica como uma herança, e não como uma falha pessoal, é o primeiro passo para se libertar dela. Não se trata de silenciar essa voz à força, mas de escutá-la com compaixão.


Cada vez que você se julgar, pergunte: “De quem é essa voz?” E então, com a suavidade que nasce do amor maduro, responda: “Hoje, sou eu quem cuida de mim.”


A autocrítica se dissolve quando o amor deixa de ser uma recompensa e se torna uma presença. Quando a mulher acolhe sua criança interior, ela compreende que o erro não é o oposto do amor — é o caminho por onde a vida se faz humana.



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Referências bibliográficas

  • Hellinger, B. (2007). Constelações Familiares: O reconhecimento das ordens do amor. Cultrix.

  • Winnicott, D. W. (1975). O ambiente e os processos de maturação. Artes Médicas.

  • Brown, B. (2019). A coragem de ser imperfeito. Sextante.

  • Neumann, E. (2019). A criança: Estrutura e dinâmica da personalidade em desenvolvimento. Cultrix.

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