Procrastinação: o que sua criança interior tenta te dizer quando você adia tudo
- Fernanda Visciani
- 20 de out.
- 3 min de leitura
Por Fernanda Visciani @fernandavisciani

Você já se perguntou por que, mesmo querendo muito realizar algo, parece que algo dentro de você trava?
Não é falta de vontade, nem preguiça. Muitas vezes, o que chamamos de procrastinação é um sinal de medo, um pedido silencioso da nossa criança interior por segurança e acolhimento.
Neste artigo, vamos olhar para a procrastinação sob três perspectivas: psicológica, emocional (a da criança interior) e sistêmica (a da Constelação Familiar).
Ao final, você encontrará um exercício simples e profundo para começar a transformar esse padrão.
A visão psicológica: por que procrastinamos
A procrastinação é o ato de adiar tarefas importantes, mesmo sabendo que isso trará consequências negativas. Mas, segundo a psicologia, procrastinar não é preguiça, é uma forma de autorregulação emocional.
O que isso significa? Que adiamos aquilo que desperta em nós desconforto, medo de falhar, rejeição ou críticas. É um mecanismo inconsciente de autoproteção: o corpo “trava” para evitar a dor emocional que o cérebro associa à ação.
Resumindo: Procrastinar é uma maneira de se proteger. A pessoa até quer agir, mas o sistema emocional entra em defesa. Por trás da falta de ação, existe um medo muito antigo, o medo de não ser boa o bastante.
A criança interior e o medo de agir
Muitas mulheres, ao olhar para a própria infância, percebem um padrão: foram punidas, criticadas ou envergonhadas quando erravam. A criança aprendeu, então:
“É melhor não tentar do que ser criticada.”
Essa crença fica guardada no inconsciente. E, na vida adulta, aparece assim:
Criança ouve: “Você nunca faz nada direito!”
Adulta pensa: “Preciso fazer isso.”
Inconsciente responde: “Melhor deixar pra depois, vai dar errado de novo.”
Ou seja: a procrastinação é a tentativa da criança de nos proteger de uma dor que já conhecemos — a dor da rejeição.
Resumindo: A procrastinação não é inimiga. Ela é um pedido de cuidado da sua criança interior. A cura começa quando você acolhe, em vez de brigar com ela.
O olhar da Constelação Familiar
Na Constelação Familiar, a procrastinação é vista como um movimento interrompido em direção à vida. Quando há dor, rejeição ou exclusão no sistema familiar, a criança interna se retrai. O adulto tenta avançar, mas uma parte dentro dele ainda “segura”.
Bert Hellinger dizia:
“Toda realização vem do consentimento à vida, tal como ela é.”
Quando não há esse consentimento - quando ainda há lealdade à dor, à culpa ou ao passado - a força da ação fica bloqueada.
Resumindo: A procrastinação pode representar um movimento interrompido em direção à mãe, à vida e ao próprio destino. Ao reconectar-se com essa fonte, a ação volta a fluir naturalmente.
A cura começa com acolhimento
A procrastinação é medo disfarçado de segurança. É a criança ferida pedindo colo antes de dar o próximo passo.
Quando a adulta que você é escuta, acolhe e guia essa parte com amor, o corpo começa a agir e o que antes parecia impossível, se torna leve e possível.
Que tal agendar a sua constelação familiar?
Para saber todas as informações, tirar dúvidas e marcar, clique no botão abaixo:
Referências bibliográficas
Sirois, F. M., & Pychyl, T. A. (2013). Procrastination and the priority of short-term mood regulation: Consequences for future self.
Ferrari, J. R. (2010). Still procrastinating? The no-regrets guide to getting it done.
Stahl, S. (2021). Acolha sua criança interior.
Bradshaw, J. (1990). Voltar a ser criança: um caminho para a cura do nosso eu interior.
Hellinger, B. (2008). Ordens do Amor.
Cohen, D. (2019). Constelação Familiar: uma nova visão das relações humanas.



Comentários