top of page

A raiz emocional da procrastinação

  • Foto do escritor: Fernanda Visciani
    Fernanda Visciani
  • 27 de out.
  • 4 min de leitura

Por Fernanda Visciani @fernandavisciani



ree

Quando adiamos algo que realmente importa, costumamos nos culpar: “por que eu não consigo simplesmente fazer?” Mas o que quase nunca percebemos é que por trás da procrastinação existe uma emoção não reconhecida, um nó antigo que pede por atenção - não por produtividade.


A procrastinação não nasce no presente. Ela é o eco emocional de experiências passadas que ficaram registradas como dor, vergonha ou medo.



A emoção que paralisa


Toda vez que você sente que “deveria” estar fazendo algo, mas não consegue, é provável que uma emoção antiga esteja sendo ativada. Pode ser medo de errar, culpa por desejar algo para si, ou até tristeza por ter se sentido sozinha quando mais precisava de apoio.


A mente adulta tenta resolver com razão, listas, metas, planejamento, mas o corpo reage com emoção - tensão, peso, sono, distração. A raiz está no corpo emocional, não no racional.


Enquanto essa emoção permanecer sem acolhimento, o corpo continuará freando o movimento, mesmo que você “queira muito mudar”.



O peso do perfeccionismo e da crítica interna


Muitas mulheres que procrastinam foram meninas que se esforçaram para agradar, acertar e serem “boas filhas”. A cada erro, recebiam crítica, ironia ou punição. Com o tempo, aprenderam que agir é perigoso, porque agir pode gerar rejeição.


Na vida adulta, essa voz se transforma em autocrítica: “não vai ficar bom o suficiente”, “você devia estar mais adiantada”, “melhor esperar estar pronta”.


Mas por baixo dessa autocrítica, há medo de reviver a sensação de não ser amada como é. Por isso, a procrastinação é, na verdade, um mecanismo de autoproteção emocional: ela te impede de se expor novamente à dor do julgamento.



A emoção oculta: lealdade ao passado


Na visão sistêmica, há algo ainda mais profundo. Muitas vezes, o movimento de adiar está ligado a uma lealdade inconsciente a alguém da família que também não pôde agir - uma mãe frustrada, um pai que desistiu dos sonhos, uma avó que viveu com medo.


Sem perceber, você pode estar dizendo internamente: “se eles não puderam, eu também não posso.” É uma forma de amor infantil: permanecer igual para pertencer.


Por isso, o primeiro passo não é forçar ação, e sim reconhecer de quem você herdou esse peso e devolver, com amor e respeito, o que não é seu carregar.



A liberação começa com o sentir


A cura da procrastinação não está em “se motivar”, mas em se permitir sentir o que está por baixo do bloqueio. Pergunte-se, com gentileza:

“O que eu sinto quando penso em fazer isso?”“O que estou tentando evitar sentir?”

Talvez venha medo, tristeza, cansaço. Respire.

Essas emoções não são inimigas, são partes suas que precisam ser vistas, não vencidas.


Quando você acolhe o sentir, a energia que antes estava presa na defesa começa a se transformar em impulso de vida. A ação, então, deixa de ser esforço e se torna fluxo.



Um pequeno exercício de reconexão


  1. Feche os olhos e imagine a tarefa que você vem adiando.


  2. Observe o que sente no corpo. Onde há tensão? Aperto? Peso?


  3. Imagine-se olhando para essa sensação e diga internamente:

    “Eu te vejo. Sei que você está tentando me proteger.”


  4. Respire fundo e coloque a mão sobre o coração, repetindo:

    “Agora eu posso seguir, com calma e amor.”


Não se trata de “forçar-se a agir”, mas de liberar a emoção que impede a ação. Quando o coração se sente seguro, o corpo naturalmente se move.



Conclusão

A procrastinação não é falha de caráter, é memória emocional. Ela mostra o ponto onde a sua criança interior ainda precisa ser acolhida e onde a mulher adulta pode se tornar guia, e não carrasca de si mesma.


A ação verdadeira nasce da segurança interna. E segurança se constrói com amor, não com cobrança.



Que tal agendar a sua constelação familiar?

Para saber todas as informações, tirar dúvidas e marcar, clique no botão abaixo:



Referências Bibliográficas


Psicologia e comportamento humano

  • FOGG, B. J. Pequenos Hábitos: mudanças simples que transformam sua vida. Rio de Janeiro: Sextante, 2021.

  • BURKA, Jane B.; YUEN, Lenora M. Procrastinação: por que você faz isso e o que fazer a respeito agora. São Paulo: Saraiva, 2019.

  • PERRY, Bruce D.; WINFREY, Oprah. O que aconteceu com você? São Paulo: Editora Sextante, 2021.

  • GOLDSMITH, Marshall; REITER, Mark. O que te trouxe até aqui não te levará até lá. Rio de Janeiro: Sextante, 2018.


Criança interior e cura emocional

  • STAHL, Stefanie. Acolha sua Criança Interior: O caminho para resolver de vez os conflitos internos. São Paulo: Planeta, 2022.

  • BRADSHAW, John. Voltar a Ser Feliz: Recuperando o amor e o poder da criança interior. São Paulo: Cultrix, 1992.

  • FERRARI, Michele. Cura Emocional: Reencontre sua criança interior e liberte-se das dores do passado. São Paulo: Luz da Serra, 2021.


Constelação Familiar e abordagem sistêmica

  • HELLINGER, Bert. Ordens do Amor: um guia para o trabalho com Constelações Familiares. São Paulo: Cultrix, 2006.

  • HELLINGER, Bert. A Simetria Oculta do Amor: como as ordens do amor influenciam os relacionamentos. São Paulo: Cultrix, 2011.

  • SATIR, Virginia. Terapia Familiar Conjunta. São Paulo: Summus, 1980.

  • RUPERT, Franz. Trauma, Ansiedade e Amor: fundamentos da psicotraumatologia sistêmica. São Paulo: Atman, 2015.

Comentários


CONTATO:

Para marcar a sua constelação familiar, marcar uma sessão de psicoterapia ou tirar dúvidas, de forma mais rápida, entre em contato por WhatsApp, clique no número abaixo:

+55 11 98193-8024

OU envie uma mensagem:

Obrigado por enviar!

  • Instagram
  • Youtube
  • TikTok
  • Tópicos
  • X
  • LinkedIn
  • Facebook
bottom of page